Mostra gratuita “Mestras do Macabro” celebra as mulheres que transformaram o cinema de horror

“Quando a meia-noite me encontrar junto a você, algo diferente vou sentir, vou precisar me esconder…”

Se você sentiu um calafrio ao ler isso, talvez seja o chamado para mergulhar no universo sombrio e hipnotizante da mostra “Mestras do Macabro: As Cineastas ao Redor do Mundo”, que está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo até o dia 21 de abril. E o melhor? Totalmente gratuita.

A mostra reúne 28 filmes dirigidos por mulheres que fincaram suas garras afiadas no gênero do horror — tradicionalmente um território dominado por homens — e provaram que as verdadeiras mestras do macabro também usam salto, batom escuro e carregam câmeras com sangue nos olhos.

Panorama sombrio e global

Com curadoria da pesquisadora e especialista em cinema de gênero Beatriz Saldanha, a seleção apresenta obras produzidas entre 1971 e 2023, vindas de diversos cantos do planeta. A proposta? Traçar um panorama histórico do horror sob a ótica feminina, desconstruindo estereótipos e trazendo à luz nomes que têm arrepiado plateias mundo afora.

Entre os destaques estão clássicos como:

  • O Cemitério Maldito (Pet Sematary, 1989), de Mary Lambert
  • Psicopata Americano (American Psycho, 2000), dirigido por Mary Harron

Mas não para por aí. O terror brasileiro também marca presença com peso, representado por cinco produções nacionais que mostram a força criativa de nossas cineastas:

  • A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida
  • Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas
  • Sem Seu Sangue, de Alice Furtado
  • Medusa, de Anita Rocha da Silveira
  • Terminal Praia Grande, de Mavi Simão

Horror com propósito

Para além das tripas e gritos, a mostra propõe uma reflexão profunda. “Existe uma história do horror formada por cânones e, por muitos anos, as mulheres estiveram à margem dela. Um dos principais objetivos dessa mostra é trazer à luz diretoras que fizeram e estão fazendo filmes de horror tão bons quanto os clássicos que todo mundo adora,” afirma Beatriz Saldanha. A mostra é também um convite para repensar o papel da mulher no horror e sua importância na discussão de temas sociais, usando o macabro como ferramenta crítica.

Muito além das sessões

Além das exibições, a programação conta com atividades paralelas para aprofundar a discussão:

  • Curso especial de três dias ministrado pela curadora
  • Debate com a pesquisadora Laura Cánepa
  • Sessão comentada com a cineasta Gabriela Amaral Almeida
  • Bate-papo com a crítica de cinema Isabel Wittmann
    Todos os encontros contarão com tradução em Libras.

Como participar?

As sessões ocorrem até 21 de abril no CCBB São Paulo, localizado no centro da capital. A entrada é gratuita, mas os ingressos devem ser retirados com 1h de antecedência no local. A programação completa, com datas e horários dos filmes, está disponível no site oficial:
🔗 bb.com.br/cultura

Prepare-se para noites de horror, reflexão e catarse. Porque quando o medo tem nome de mulher, a experiência é muito mais intensa.

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